É muito comum ouvirmos falar que as guerras sempre serviram de
motivação para a criatividade humana. E não é de menos, já que muitas
das tecnologias responsáveis por verdadeiras revoluções em nossa
sociedade foram inicialmente concebidas em períodos críticos e
turbulentos da história.
Entre a proliferação de armas letais, sistemas de comunicação e meios
de transporte, houve algumas iniciativas que chamaram a atenção pela
estranheza e ousadia e também aquelas que não se tornaram tão populares
(algumas nem sequer foram usadas no front). Para matar a sua
curiosidade, reunimos algumas delas neste apanhado pra lá de excêntrico.
Confira!
Suicídio coletivo
Durante o fim da Segunda Guerra Mundial, a já desesperada resistência
japonesa tinha uma tática de combate bastante peculiar: colidir aviões
tripulados contra embarcações inimigas. Os Kamikazes, como ficaram
conhecidos os pilotos que participavam das missões, entravam na cabine
já sabendo que iriam morrer.
A princípio, as aeronaves empregadas foram os caças Mitsubishi A6M
Zero. A escolha aconteceu naturalmente, já que o modelo era o mais
produzido no país naquela época. Porém, logo os japoneses aprimoram a
técnica e desenvolveram verdadeiras bombas tripuladas.
O Yokosuka MXY-7 Ohka (apelidado de “flor de cerejeira”) conseguia
carregar cerca de 1200 kg de carga explosiva e era lançado a partir de
outro avião bombardeiro. Uma vez que o piloto determinava o alvo, eram
acionados três propulsores que aceleravam o avião a mais de 1000 km/h.
Como se pode imaginar, o impacto era avassalador — o ataque, que
normalmente envolvia mais de uma unidade, era capaz de afundar navios
enormes. Ao fim do conflito, quando o Japão se rendeu, restavam mais de
800 dessas máquinas de guerra prontas para o uso. Hoje desativadas, elas
se encontram espalhadas em museus pelo mundo todo.
O melhor inimigo do homem
As atrocidades ocorridas durante o final da década de 30 e começo da
década de 40 mancharam para sempre a história do século XX e mostraram
que a crueldade humana pode não conhecer limites.
Um cãozinho é capaz de despertar a compaixão humana até mesmo em
tempos árduos, e os russos se aproveitaram disso. Primeiramente, os
animais eram treinados para entrar sob tanques. Como? Os soviéticos os
deixavam com fome por longos períodos e colocavam comida apenas embaixo
de veículos.
Na hora da ação, 12 kg de explosivos eram acoplados aos bichinhos
junto a uma alavanca detonadora. Como os cães precisavam rastejar para
conferir o que tinha debaixo dos tanques, a alavanca acionava as bombas
assim que eles se abaixavam.
A tática obteve sucesso durante certo tempo e relatórios de guerra
apontam que mais de 300 tanques alemães foram desabilitados através da
técnica. No entanto, quando os nazistas descobriram do que se tratava,
passaram a atirar nos cães também. Que crueldade, não é mesmo?
O gigantesco titã de gelo
Uma das ideias que aparenta ser bastante absurda teve sua origem na
Inglaterra e apoio do então primeiro ministro Winston Churchill.
Tratava-se de um navio colossal, medindo 1,2 km de extensão e 180 metros
de largura, feito inteiramente de gelo.
Antes que as dúvidas comecem a derreter na sua cabeça, nós
explicamos: o material, na verdade, era composto por uma liga de água
com polpa de madeira; quando congelado, ele se tornava bastante
resistente. Testes realizados com a mistura, batizada de “pykrete”,
relataram que um tiro disparado contra um bloco ricocheteou e
praticamente não prejudicou a superfície.
A construção de um protótipo da embarcação foi iniciada no Canadá e
foi determinado que o casco precisava ter pelo menos 10 metros de
espessura para aguentar o tranco de torpedos e bombas. Contudo, o
projeto foi descontinuado em agosto de 1943 — neste momento, a Batalha
do Atlântico já estava praticamente ganha e o interesse na construção
de um novo porta-aviões passou a ser maior.
Bombas-morcego
Elas nada têm a ver com o Cavaleiro das Trevas, mas seriam capazes de
instalar um verdadeiro caos em uma cidade caso o plano tivesse sido
colocado em prática. A ideia consistia em pegar cerca de 1000 morcegos e
acoplar bombas-relógio aos seus corpos. Em seguida, os mamíferos seriam
colocados em uma espécie de avião carregador que rumaria até o ponto de
ataque.
Quando o local fosse alcançado, as comportas seriam abertas e os
morcegos se espalhariam por pontos aleatórios da cidade. Assim que as
bombas fossem detonadas, um incêndio generalizado se espalharia pelos
locais afetados. Apesar dos testes bem-sucedidos, as bombas-morcego
perderam credibilidade com a chegada da bomba atômica.
Jipe voador
Como se não bastassem a versatilidade e a capacidade de se dar bem em
terrenos acidentados, houve uma época em que os jipes ganharam até
hélices. O protótipo híbrido foi concebido e testado por um departamento
experimental da armada britânica, logo no começo da Segunda Guerra.
O “Rotabuggy”, como foi chamado, ganhou também instrumentos técnicos
de voo e adaptações aerodinâmicas para planar com maior estabilidade. Em
um teste realizado em 1944, o veículo conseguiu voar por 10 minutos a
mais de 100 metros de altitude e a uma velocidade média de 100 km/h.
Contudo, com a chegada de aeronaves destinadas exclusivamente ao
transporte de automóveis e artilharia terrestre, o jipe voador acabou
sendo aposentado. Apesar de ser um aparato de guerra esquecido pelo
tempo, pode-se dizer que seria uma boa solução para aliviar os
engarrafamentos nas grandes cidades e — quem sabe — uma alternativa de
transporte aéreo por um preço mais acessível.
Tsar bomba
Eis aqui a mais potente arma nucelar já detonada pelo homem que,
felizmente, não fez nenhuma vítima. Com o fim da Segunda Guerra e o
início da Guerra Fria, a União Soviética queria provar sua supremacia
bélica e desenvolveu uma bomba com 57 megatons de potência — o
equivalente a todos os explosivos usados na Segunda Guerra Mundial
multiplicados por dez.
A “monstra” pesava 27 toneladas, tinha 8 metros de comprimento e 2
metros de diâmetro e foi testada em 1961, mais de 15 anos após o término
dos conflitos. O local escolhido para a detonação foi a ilha de Nova
Zembla, no oceano Ártico, e a explosão pôde ser vista a mais de 1.000 km
de distância — ou seja, é como se o clarão tivesse ocorrido em Porto
Alegre e pudesse ser visto em São Paulo sem problemas.
E tem mais: a engenharia original do armamento previa 100 megatons.
Porém, a ideia foi abortada, pois as consequências da catástrofe seriam
enormes (só a Tsar seria responsável por 25% de toda a radiação emitida
na Terra desde o início das experiências nucleares).
Para a sorte da nossa espécie, nunca mais se soube sobre a fabricação
de algum artefato semelhante — à exceção de uma réplica desativada que
hoje repousa, tranquilamente, no Museu de Bombas Atômicas de Sarov.
Fonte: http://www.tecmundo.com.br/tecnologia-militar/15130-6-armas-bizarras-que-funcionam-de-verdade.htm#ixzz1dAHHfNir
motivação para a criatividade humana. E não é de menos, já que muitas
das tecnologias responsáveis por verdadeiras revoluções em nossa
sociedade foram inicialmente concebidas em períodos críticos e
turbulentos da história.
Entre a proliferação de armas letais, sistemas de comunicação e meios
de transporte, houve algumas iniciativas que chamaram a atenção pela
estranheza e ousadia e também aquelas que não se tornaram tão populares
(algumas nem sequer foram usadas no front). Para matar a sua
curiosidade, reunimos algumas delas neste apanhado pra lá de excêntrico.
Confira!
Suicídio coletivo
Durante o fim da Segunda Guerra Mundial, a já desesperada resistência
japonesa tinha uma tática de combate bastante peculiar: colidir aviões
tripulados contra embarcações inimigas. Os Kamikazes, como ficaram
conhecidos os pilotos que participavam das missões, entravam na cabine
já sabendo que iriam morrer.
A princípio, as aeronaves empregadas foram os caças Mitsubishi A6M
Zero. A escolha aconteceu naturalmente, já que o modelo era o mais
produzido no país naquela época. Porém, logo os japoneses aprimoram a
técnica e desenvolveram verdadeiras bombas tripuladas.
O Yokosuka MXY-7 Ohka (apelidado de “flor de cerejeira”) conseguia
carregar cerca de 1200 kg de carga explosiva e era lançado a partir de
outro avião bombardeiro. Uma vez que o piloto determinava o alvo, eram
acionados três propulsores que aceleravam o avião a mais de 1000 km/h.
Como se pode imaginar, o impacto era avassalador — o ataque, que
normalmente envolvia mais de uma unidade, era capaz de afundar navios
enormes. Ao fim do conflito, quando o Japão se rendeu, restavam mais de
800 dessas máquinas de guerra prontas para o uso. Hoje desativadas, elas
se encontram espalhadas em museus pelo mundo todo.
O melhor inimigo do homem
As atrocidades ocorridas durante o final da década de 30 e começo da
década de 40 mancharam para sempre a história do século XX e mostraram
que a crueldade humana pode não conhecer limites.
Um cãozinho é capaz de despertar a compaixão humana até mesmo em
tempos árduos, e os russos se aproveitaram disso. Primeiramente, os
animais eram treinados para entrar sob tanques. Como? Os soviéticos os
deixavam com fome por longos períodos e colocavam comida apenas embaixo
de veículos.
Na hora da ação, 12 kg de explosivos eram acoplados aos bichinhos
junto a uma alavanca detonadora. Como os cães precisavam rastejar para
conferir o que tinha debaixo dos tanques, a alavanca acionava as bombas
assim que eles se abaixavam.
A tática obteve sucesso durante certo tempo e relatórios de guerra
apontam que mais de 300 tanques alemães foram desabilitados através da
técnica. No entanto, quando os nazistas descobriram do que se tratava,
passaram a atirar nos cães também. Que crueldade, não é mesmo?
O gigantesco titã de gelo
Uma das ideias que aparenta ser bastante absurda teve sua origem na
Inglaterra e apoio do então primeiro ministro Winston Churchill.
Tratava-se de um navio colossal, medindo 1,2 km de extensão e 180 metros
de largura, feito inteiramente de gelo.
Antes que as dúvidas comecem a derreter na sua cabeça, nós
explicamos: o material, na verdade, era composto por uma liga de água
com polpa de madeira; quando congelado, ele se tornava bastante
resistente. Testes realizados com a mistura, batizada de “pykrete”,
relataram que um tiro disparado contra um bloco ricocheteou e
praticamente não prejudicou a superfície.
A construção de um protótipo da embarcação foi iniciada no Canadá e
foi determinado que o casco precisava ter pelo menos 10 metros de
espessura para aguentar o tranco de torpedos e bombas. Contudo, o
projeto foi descontinuado em agosto de 1943 — neste momento, a Batalha
do Atlântico já estava praticamente ganha e o interesse na construção
de um novo porta-aviões passou a ser maior.
Bombas-morcego
Elas nada têm a ver com o Cavaleiro das Trevas, mas seriam capazes de
instalar um verdadeiro caos em uma cidade caso o plano tivesse sido
colocado em prática. A ideia consistia em pegar cerca de 1000 morcegos e
acoplar bombas-relógio aos seus corpos. Em seguida, os mamíferos seriam
colocados em uma espécie de avião carregador que rumaria até o ponto de
ataque.
Quando o local fosse alcançado, as comportas seriam abertas e os
morcegos se espalhariam por pontos aleatórios da cidade. Assim que as
bombas fossem detonadas, um incêndio generalizado se espalharia pelos
locais afetados. Apesar dos testes bem-sucedidos, as bombas-morcego
perderam credibilidade com a chegada da bomba atômica.
Jipe voador
Como se não bastassem a versatilidade e a capacidade de se dar bem em
terrenos acidentados, houve uma época em que os jipes ganharam até
hélices. O protótipo híbrido foi concebido e testado por um departamento
experimental da armada britânica, logo no começo da Segunda Guerra.
O “Rotabuggy”, como foi chamado, ganhou também instrumentos técnicos
de voo e adaptações aerodinâmicas para planar com maior estabilidade. Em
um teste realizado em 1944, o veículo conseguiu voar por 10 minutos a
mais de 100 metros de altitude e a uma velocidade média de 100 km/h.
Contudo, com a chegada de aeronaves destinadas exclusivamente ao
transporte de automóveis e artilharia terrestre, o jipe voador acabou
sendo aposentado. Apesar de ser um aparato de guerra esquecido pelo
tempo, pode-se dizer que seria uma boa solução para aliviar os
engarrafamentos nas grandes cidades e — quem sabe — uma alternativa de
transporte aéreo por um preço mais acessível.
Tsar bomba
Eis aqui a mais potente arma nucelar já detonada pelo homem que,
felizmente, não fez nenhuma vítima. Com o fim da Segunda Guerra e o
início da Guerra Fria, a União Soviética queria provar sua supremacia
bélica e desenvolveu uma bomba com 57 megatons de potência — o
equivalente a todos os explosivos usados na Segunda Guerra Mundial
multiplicados por dez.
A “monstra” pesava 27 toneladas, tinha 8 metros de comprimento e 2
metros de diâmetro e foi testada em 1961, mais de 15 anos após o término
dos conflitos. O local escolhido para a detonação foi a ilha de Nova
Zembla, no oceano Ártico, e a explosão pôde ser vista a mais de 1.000 km
de distância — ou seja, é como se o clarão tivesse ocorrido em Porto
Alegre e pudesse ser visto em São Paulo sem problemas.
E tem mais: a engenharia original do armamento previa 100 megatons.
Porém, a ideia foi abortada, pois as consequências da catástrofe seriam
enormes (só a Tsar seria responsável por 25% de toda a radiação emitida
na Terra desde o início das experiências nucleares).
Para a sorte da nossa espécie, nunca mais se soube sobre a fabricação
de algum artefato semelhante — à exceção de uma réplica desativada que
hoje repousa, tranquilamente, no Museu de Bombas Atômicas de Sarov.
Fonte: http://www.tecmundo.com.br/tecnologia-militar/15130-6-armas-bizarras-que-funcionam-de-verdade.htm#ixzz1dAHHfNir
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